Mosquito
Convém não ter demasiado medo das palavras, até porque nós todos – já contando com o anão da Ilha da Fantasia e os grilos falantes – somos sempre maiores do que elas. No entanto, isso não significa que nos possamos alhear dos seus efeitos ou votar-lhes desprezo lá porque medimos um metro e não sei quantos centímetros, o equivalente a um número considerável de parágrafos de Tolstoy empilhados sobre a mesa ou a um milhão e tal de conversas de café reproduzidas em papel cavalinho. Como se sabe, um único mosquito pode arruinar uma noite de Verão. Eu, pelo menos, sei-o. Senti esse horror na pele, uma vez, em pleno Agosto no barlavento algarvio. Durante horas, fui atormentado pela presença dum insecto minúsculo, quase invisível, mas sugador de toda a minha traquilidade - para ser meigo na descrição do evento. Por isso, muita atenção às palavras, mesmo às mais pequenas: as palavras-mosquito. Para as picadas de insecto recomendo Fenistil.
É que há palavras que custam e outras que têm um preço (não é bem a mesma coisa). Nenhuma conversa é fiada. Bom, talvez um punhado delas, se já passar das três da manhã.
É que há palavras que custam e outras que têm um preço (não é bem a mesma coisa). Nenhuma conversa é fiada. Bom, talvez um punhado delas, se já passar das três da manhã.
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