Perguntéie
Esta música - aquela lá em baixo - tem múltiplas virtudes. Não só aborda a extraordinária complexidade do «Ramadão na Rua Escura» (tema, por certo, fabuloso e estranhamente negligenciado pelos estudiosos do multiculturalismo no nosso rectângulo de brandos costumes) como também arrisca fazê-lo com pronúncia e alguma falta de respeito pela norma que regula a acentuação das palavras. Chamo a vossa atenção para o modo como, ao fim de 60 segundos de pequenas ameaças, Luís Portugal ataca a primeira pessoa do pretérito perfeito do indicativo do verbo «perguntar».
De forma algo surpreendente, poucos se apercebem ou admitem que o sotaque do Porto (e arredores, não quero problemas) é o que possui a fonética e as impurezas mais adequadas à sobrevivência da língua portuguesa no território agreste do pop/rock (e arredores). Não é por acaso que os Ornatos Violeta, os GNR, os Ban, os Jáfumega, o Rui Veloso e os Mão Morta cantam em português enquanto os Silence Four, os Belle Chase Hotel e os Gift, por exemplo, preferem o inglês para seguir viagem. O JP Simões quando canta em português é brasileiro - faz, portanto, batota pois tem a voz do outro lado do mar - e o David Fonseca é apenas um americano que mora no Bairro Alto há demasiado tempo. E não me venham com o fascinante mundo das excepções. Eu sei que há os Blind Zero e os Rádio Macau.
De forma algo surpreendente, poucos se apercebem ou admitem que o sotaque do Porto (e arredores, não quero problemas) é o que possui a fonética e as impurezas mais adequadas à sobrevivência da língua portuguesa no território agreste do pop/rock (e arredores). Não é por acaso que os Ornatos Violeta, os GNR, os Ban, os Jáfumega, o Rui Veloso e os Mão Morta cantam em português enquanto os Silence Four, os Belle Chase Hotel e os Gift, por exemplo, preferem o inglês para seguir viagem. O JP Simões quando canta em português é brasileiro - faz, portanto, batota pois tem a voz do outro lado do mar - e o David Fonseca é apenas um americano que mora no Bairro Alto há demasiado tempo. E não me venham com o fascinante mundo das excepções. Eu sei que há os Blind Zero e os Rádio Macau.
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