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domingo, fevereiro 19, 2006

Summertime (parte 1)

Se não é verão andamos enganados aqui à volta da piscina, de pés ao léu e com tempo para deitar fora umas boas horas enquanto o sol nos lambe o corpo. Mas deve ser verão porque senão seria ridículo ter tanta gente de calções ou biquini numa história e esta história não é ridícula, é só uma história à volta da piscina e sosseguem os leitores que ninguém lá entra sem antes passar pelo chuveiro, metido à pressa num dos cantos do cenário por razões de higiene e de estética, sendo que esta última só alguns percebem e da primeira todos precisam assim pretendendo levar uma vida em companhia.

O calor é mais que muito e isso é coisa que até uma alma espevita quanto mais os olhos que, é sabido, não se contentam em ser espelho desses vapores indizíveis e, tantas vezes, vão à procura de ânimo por onde calha como se fossem putos traquinas. Não faltam aqui exemplos desse desassossego (falo dos olhos e não dos putos traquinas que desta vez foram colocados cuidadosamente fora do perímetro da narrativa e deixados à solta para que possam partir vidros, furar pneus e levantar saias onde elas existam visto que por perto, já o disse, está tudo de calções ou biquini). Acontece que nem toda a gente à volta da piscina se oferece ao contentamento inútil do verão, estando um de nós, há uns bons quinze minutos, metido num inverno definitivo, calado e quietinho para sempre. Digamos que bateu a bota apesar de, estou a repetir-me, os pés andarem todos ao léu e nem no defunto haver excepção. Ninguém reparou ainda nesse corpo sem vontades e por isso o leitor deve sentir-se privilegiado por saber desta notícia antes do alvoroço que se seguirá quando Natacha se cansar da revista cor-de-rosa e das outras com ainda mais cores e levantar os olhos e a voz à procura de uma resposta que obviamente não vai chegar pois os finados não falam, nem nesta prosa onde tudo pode acontecer. Nessa altura vai haver quem tente os primeiros socorros e quem diga frases de mão na testa e ares de soprano. Por enquanto, a alegria é apenas contaminada por uma brisa que apareceu sem aviso e que sopra um frio ligeiro mas persistente aos ouvidos.

Há quem nade de costas e quem dê as costas à toalha mas é o céu em frente que todos querem: limpo, glorioso e sem promessa de núvens ou de sombras. Como muitas promessas esta também não será cumprida, já o sabemos, e não falta quase nada para que outros nos acompanhem na descoberta, acometidos pela surpresa de serem visitados, nestes preparos, por tão improvável episódio.

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Daniel M.